segunda-feira, 30 de junho de 2008

Últimos espectáculo de ALZIRA POWER

A temporada de ALZIRA POWER na Casa da Gavea, Rio de Janeiro, está a chegar ao final. O espetáculo está em cartaz até dia 6 de Julho. A companhia inicia depois a digressão pelo Brasil.


Escrita em 1969 por António Bivar, sucesso de público e crítica no início dos anos 70, vencedor do Prémio Molière de Melhor Texto, em 1969, a divertida comédia “Alzira Power” (O Cão Siamês é o título original) traz à tona a incomunicabilidade, a solidão, o sexo, a violência, tudo temperado com muito humor.

Alzira (Cristina Pereira) é uma mulher sensacional, embora desbocada e agressiva. O facto de ter perdido seu cão siamês é a desculpa que usa para deflorar sua condição actual, uma funcionária pública aposentada, culta mas solitária, encarando com a rebeldia dos que se recusam a se enquadrar mansamente nos parâmetros medíocres de uma vidinha classe média. É com a desculpa da perda do cão que Alzira consegue atrair para seu apartamento o jovem Ernesto (Sidney Sampaio), um vendedor que bate à sua porta. O rapaz, casado e com filhos, revela-se uma pessoa sem sonhos, conformado com sua vida modesta e sem perspectivas. Inicialmente humilhado, Ernesto é quase levado ao desespero pelas tantas perguntas que a insatisfeita Alzira o aflige. Para sair desta enrascada Ernesto terá que seduzir Alzira. O encontro entre figuras tão díspares produz um terramoto: o anarquismo sensorial de Alzira triunfa, massacrando a canhestra racionalidade de Ernesto. O que segue são vários rounds, em que as personagens se alternam no controle da situação.

A montagem original “O Cão Siamês” foi em São Paulo, em 1969, no Teatro Ruth Escobar, com direção de Emílio Di Biasi. A primeira actriz a encarnar Alzira foi Yolanda Cardoso, ao lado de António Fagundes – sua estreia nos palcos, com 21 anos –, o primeiro Ernesto. No ano seguinte, 1970, é retrabalhada para uma versão carioca intitulada “Alzira Power”, dirigida por António Abujamra, para a qual o actor Marcelo Picchi assume o papel que foi de Fagundes. A peça alcança enorme sucesso de público e crítica, e Yolanda Cardoso ganha todos os prémios de melhor actriz, tanto no Rio como em São Paulo. Na época, peça foi percebida pelo público como uma pregação de liberdade, e convocação a que a juventude largasse do terno e da gravata. Sobre o espectáculo, o diretor Gustavo Paso diz: “Estas figuras de mentalidades opostas vivem divertidíssimo confronto de ideias e desejos, absurdo e tragicómico, desafiando, com muito humor, o público a afirmar que neste país não há alguém que não conheça uma Alzira. Bivar maneja muito bem os recursos do humor e da fantasia, mergulhando profundamente na alma de uma mulher romântica e, ao mesmo tempo, dominadora. Alzira é um libelo de uma sociedade tacanha.” E completa: “A trilha sonora de Caique Botkay traz a atmosfera de uma época recente e extremamente atraente, os anos 70 que deram o que falar.”A actriz Cristina Pereira, que interpreta o personagem Alzira, declara: “Alzira Power é uma metáfora do desejo de liberdade de expressão. É uma comédia perigosa. Ela foi escrita numa época em que as pessoas tinham tanta coisa na cabeça que as ideias formavam um turbilhão. A ambientação continua a mesma, final dos anos 60 e início dos 70, com a trilha sonora contextualizando esse período. A peça continua actual, contemporânea. É a história de uma mulher aposentada dos Correios e Telégrafos que deixa a porta do seu apartamento aberta até a entrada de um corretor de automóveis, vivido pelo Sidney Sampaio, querendo vender um fusca. Alzira tranca a porta, joga a chave pela janela e daí acontece um sequestro “erótico - político”, com situações loucas, muito engraçadas, mas também muito dramáticas entre essas personagens igualmente antagonistas.”

Não se tem notícia de outra montagem profissional desta peça no Rio de Janeiro, depois da assinada por Abujamra em 1970.

Críticas:

"A verdadeira guerra verbal que é o diálogo entre os dois personagens Ernesto e Alzira,
possui um ritmo que só acontece quando é regido por um bom texto, e um bom director.

Em consequência, Pereira e Sampaio nos dão primorosos tempos de comédia.

O director Gustavo Paso entra em afinação com seus atores.

Paso, excelente director, destacou-se entre outros, com Ariano, uma homenagem à Suassuna
."

Ida Vicenzia, crítica do Jornal do Commércio / 30 de Maio de 2008


"O director conduz a dupla de atores sob um enquadramento realista (...)

há algo de absurdo que se avizinha da ambigüidade e do inesperado (...)

que desse modo retira da narrativa o que melhor a sustenta
."

Macksen Luiz, crítico do Jornal do Brasil / 29 de Maio de 2008


"É um prazer constatar que a insanidade verborragica de Alzira Power continua viva, divertida e relevante, após quatro décadas (...) A direção de Gustavo Paso é orientada pelo tom de Bivar e explora bem a luta pelo poder entre Alzira e Ernesto, tudo sempre em uma calculada dimensão do real, de modo a aproveitar bem o que o texto oferece."

Bárbara Heliodora, crítica do O Globo / 28 de maio de 2008


"O Director impõe à cena uma velocidade vertiginosa."

Lionel Fischer, crítico da Tribuna da Imprensa / 27 de Maio de 2008


Alzira Power
[Prêmio Molière de Melhor Texto, 1969]
com Cristina Pereira e Sidney Sampaio
Texto de Antônio Bivar
Direção Musical de Caique Botkay
Cenografia e figurinos de Teca Fichinsk
Iluminação de Paulo David Gusmão
Produção Luciana Fávero
Direção de Gustavo Paso

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Barcelona em festa teatral


Três grandes eventos das artes cénicas realizam-se em Barcelona neste início de verão:

EL GREC – de 25 de Junho a 2 de Agosto

El Grec Festival de Barcelona
propõe neste 2008, uma programação seleccionada e de qualidade, apresentada em alguns dos palcos mais emblemáticos da cidade. Entre todos, o Teatre Grec é o principal: neste espaço rodeado de jardins terão lugar, como sempre, as grandes propostas do Festival de Barcelona. Mas há muitos outros palcos: o CCCB, a Fundação Miró, o MACBA, e ainda o Palau de la Música, no ano em que se celebra o seu centenário. Todas estas instituições comprometeram-se com o programa, enriquecendo o Festival com todo o tipo de propostas.

No decorrer de três décadas el Grec acabou por se converter no palco de um grande consenso: toda uma cidade o espera, cada ano, no início de verão. Pensando em todos, foi constituída uma programação que tem em conta todos os gostos: gente jovem e gente maior, clássicos de sempre e propostas arriscadas, público esporádico, críticos especializados e família toda.

Da programação fazem parte:

Teatro
AQUESTA CRIATURA 26.06/29.06 Teatre Lliure-Espai Lliure
EL REI LEAR 27.06/1.08 Biblioteca de Catalunya
RIMUSKI 30.06/3.07 Mercat de les Flors
SU SEGURO SERVIDOR, ORSON WELLES 30.06/27.07 Teatre Romea
NUNCA ESTUVISTE TAN ADORABLE 1.07/27.07 La Villarroel
THE BROTHERS SIZE 2.07/5.07 Teatre Lliure-Espai Lliure
ANDRÒMACA 2.07/4.07 Teatre Grec
TROILUS AND CRESSIDA 3.07/6.07 Teatre Lliure-Sala F. Puigserver
TODOS HABLAN 9.07/12.07 Teatre Lliure-Espai Lliure
BENEFACTORS 9.07/3.08 Sala Muntaner
EL ÁNGEL EXTERMINADOR 10.07/13.07 Teatre Grec
ENSAM 10.07/13.07 TNC-Sala Petita
RODOREDA. RETRAT IMAGINARI 22.07/25.07 Mercat de les Flors
A DISAPPEARING NUMBER 17.07/20.07 Teatre Lliure-Sala F. Puigserver
FAST FORWARD 19.07/20.07 CCCB
LAS TROYANAS 21.07/24.07 Teatre Grec
PINSANS I CADERNERES 30.07/3.08 Teatre Romea

Dança
MUJERES 29.06 Teatre Grec
CALDERA EXPRESS’08 JEREMY WADE 3.07/6.07 La Caldera
DIES DE DANSA 4.07/8.07 Diversos espais
EMANUEL GAT DANCE 4.07/6.07 Mercat de les Flors
HIROAKI UMEDA 7.07/8.07 Mercat de les Flors
LAPSUS DANSA 10.07/13.07 La Caldera
DE LOS AFECTOS 11.07/13.07 Mercat de les Flors
DIDO & AENEAS 11.07/13.07 TNC-Sala Gran
SUTRA 16.07/18.07 Teatre Grec
KIOSCO DAS ALMAS PERDIDAS 19.07/20.07 Mercat de les Flors

Circo
TRACES 26.06/29.06 Mercat de les Flors
NIT DE CIRC 27.07/28.07 Teatre Grec
EN BROSSA FA DISSABTE A CAN PICASSO 2.07/24.07 Museu Picasso
INTERFERÈNCIA 10.07/13.07 Diversos espais
CONVERSES 2008 10.06/15.07 Biblioteques de Barcelona
JULIOL A LES BIBLIOTEQUES 2.07/23.07 Biblioteques de Barcelona
HIP HOP AL TEATRE GREC 25.07 Teatre Grec

Música
NITS D’ESTIU A CAIXAFORUM 2.07/30.07 CaixaForum
DINO SALUZZI I FAMÍLIA 3/07 Plaça del Rei
NITS DE MÚSICA A LA FUNDACIÓ JOAN MIRÓ 3.07/31.07 Fundació Joan Miró
MARIANA EN SOMBRAS 3.07 L’Auditori
COBLA SANT JORDI-CIUTAT DE BARCELONA 4.07 Plaça del Rei
L’ORCHESTRA DI PIAZZA VITTORIO 5.07 Teatre Grec
REFREE + CABEZAS DE CERA
+ JUAN PABLO VILLA + SILVIA PÉREZ CRUZ 5.07 Plaça del Rei
XAVIER RUDD 6.07 Teatre Grec
VANESSA DA MATA 10.07 Plaça del Rei
CONCERTS AL MACBA 10.07/24.07 MACBA
RAÚL PAZ + CONVIDATS 11.07 Plaça del Rei
EVAN PARKER & AGUSTÍ FERNÁNDEZ 12.07 Plaça del Rei
LISBOA ZENTRAL CAFÈ 13.07 Plaça del Rei
ALFONSO VILALLONGA 14.07 Plaça del Rei
CANTS D’AMOR, FUROR I LLÀGRIMES 16.07/17.07 Palau de la Música Catalana
JAVIER COLINA FEATURING PANCHO AMAT 17.07 Plaça del Rei
AREATANGENT 17.07/19.07 La Caldera
LA SHICA 18.07 Plaça del Rei
SON DE LA FRONTERA 20.07 Plaça del Rei
MÍSIA I ELS SEUS POETES 29.07 Teatre Grec
JOHN SURMAN QUARTET 30.07 Teatre Grec
BUIKA 31.07 Teatre Grec
RÈQUIEM 2.08 Teatre Grec



XIX Festival de Viladecans - 3, 4, 5 e 6 de Julho

Ali mesmo ao lado, em Viladecans, o XIX Festival Internacional de Teatre i Animació de Viladecans, Al Carrer volta a ser uma referência nas artes cénicas de rua. Nos dias 3, 4, 5 e 6 de Julho, Viladecans transforma-se num grande palco em que artistas de todo o mundo oferecem as melhores propostas de teatro, dança, circo, música e animação de rua. Porque Al Carrer’08 pretende ser muito mais que um festival. Actores, actrizes, bailarinos, palhaços, músicos, programadores e cidadãos convivem numa grande festa de arte em estado puro. As ruas e Praças de Viladecans respiram um ambiente diferente, cheio de magia e imaginação, que faz que a cidade transforme durante quatro diasa sua fisionomia e viva uma realidade diferente, alegre e festiva.

Participam grupos de Castela e Leão, da Estremadura, da Andaluzia, da Catalunha, do País Basco, de Madrid, de Valência, da Holanda, da Argentina, da Bulgária e da França.



Teatro Catalán en Barcelona"Come & See"

O encontro de teatro Catalão em Barcelona Come & See nasceu em 2006 por iniciativa de CIATRE, a associação de companhias de teatro profissional de Catalunha, com o objectivo de dar a conhecer a criação das companhias de teatro da Catalunha por todo o mundo e mobilizar o sector do teatro internacional até Barcelona organizando um acontecimento de relevância.
Depois da edição de 2006, que conseguiu contar uma assistência de mais de cem programadores internacionais de primeiro nível, o Come & See abre as suas portas a todo o sector das artes cénicas catalãs para oferecer uma possibilidade a todas as companhias, autores, salas e empresas produtoras da Catalunha de dar a conhecer os seus espectáculos aos agentes, festivais e programadores internacionais que serão convidados.

Em Barcelona no mês de Julho, nos dias 2, 3 e 4 no Teatro Nacional da Catalunha, estarão, este ano, programadores espanhóis e internacionais.

Participam no Come & See deste ano as companhias catalãs FEI - Factoria Escènica Internacional, Agrupación Sr. Serrano, Extrés, Carro de Baco, Somnis de somnis, Elsinor, Deambulants, Xirriquiteula Teatre, Tricicle, Teatro de los sentidos, Sol Picó, Pocaconya, Produccions Essencials, Sarruga, Marcel·lí Antúnez, Nats Nus Dansa, Octubre Teatral, Loscorderos.sc, Erre que erre, MOM Produccions, La Fura dels Baus, Dagoll Dagom, Cascai, Color Dansa, Senza Tempo, Toni Albà, La Baldufa e Camut Band.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Teatro de Ningures estreia em Santiago


No Salón Teatro, em Santiago de Compostela, dias 28 e 29 de Junho, estreia Bailadela da morte ditosa, pelo TEATRO DE NINGURES.

Bailadela da morte ditosa apresenta-nos seis encontros com a morte noutros tantos quadros. Encontros procurados sempre pelos personagens e por diferentes motivos: adiantar a própria morte para fugir do sofrimento, aproximar-se dela para matar a saudade ou o fracaso, abraçá-la para alimentar outra vida ou acabar nos seus braços como remate natural dum caminho já percorrido.

Autoria: Roberto Vidal Bolaño
Encenação: Etelvino Vázquez
Elenco: Fran Paredes, Sonia Rúa, Mónica Camaño, Pepa Barreiro, Santiago Cortegoso, Salvador Del Río e Casilda García

Premio Abrente (Ribadavia, 1980)

terça-feira, 24 de junho de 2008

Sin noticias de Gurb em Madrid


Sin noticias de Gurb é, de certa maneira pode dizer-se, a leitura dramatizada da novela do mesmo nome de Eduardo Mendoza, onde se narram em forma de diário as extravagantes experiencias de um extraterrestre na Barcelona Olímpica. Através da meticulosa análise da vida quotidiana dos humanos realizada pelo protagonista enquanto procura desesperadamente o seu companheiro de viajem, o livro propõe um percurso humorístico pela realidade do nosso tempo.O espectáculo não é só uma leitura, mas a leitura da novela adaptada a um ritmo cénico, feita por uma leitora que a espaços se converte no próprio protagonista, do que vai lendo, com o correspondente e inverosímil acompanhamento de música e de sons.



A actriz e encenadora Rosa Novell (Vells temps, de Harold Pinter; Fi de partida de Samuel Beckett) é também intérprete de Sin noticias de Gurb.



Sin noticias de Gurb, de Eduardo Mendoza

Intérpretes: Rosa Novell e Eugeni Roig

Música: Eugeni Roig

De 18 a 29 de Junho de 2008
Teatro Español - Madrid


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Muna no Teatro Carlos Alberto


Muna é o nome que damos ao que não sabemos designar, mas suspeitamos que existe. Muna é o território onde essas coisas habitam e onde a nossa lógica não se aplica. Muna é uma tentativa de definição daquilo que nos causa simultaneamente fascínio e medo. Muna é a energia que não vemos mas cujas consequências sentimos. Muna não é observável, nem mensurável, mas altera tudo à sua volta. Nas duas versões de espectáculo que criamos exploramos as reacções a Muna em idades diferentes. No que têm de comum e naquilo em que se distinguem: o medo, o desejo, a entrega ao mergulho, a fuga, a necessidade de domínio, a procura de um porto de abrigo...

Em Muna seguimos o trilho de "O Rei dos Elfos" de Goethe através das ilustrações de Júlio Vanzeler. E habitamos um espaço de geografias variáveis em que a única constante é o som. Em cena cinco actores, um músico, uma multiplicidade de personagens, um piano despido e uma bicicleta musical.



Muna para a infância

Num quarto uma criança está deitada na cama. Está doente e os pais vigiam-na. No seu sono de febre a criança mergulha num território estranho e desconhecido, onde se imagina um super-herói. Os objectos e vozes do quarto confundem-se com as personagens excêntricas desse mundo sonhado. O nosso herói vive uma aventura inesperada com um pé na realidade e outro na fantasia. Enquanto luta com o Rei dos Elfos para salvar a lua roubada, toma o xarope que o pai lhe dá.

Duração 40 minutos. Classificação etária M4.


Muna para adultos

Num quarto um pai que perdeu um filho está deitado na cama. No seu delírio de dor mergulha num território estranho e desconhecido de onde não consegue fugir. As memórias e os remorsos confundem-se com as personagens bizarras desse mundo que inexplicavelmente o interpela. Numa batalha perdida à partida, o pai tenta dominar a sua esmagadora impotência. Num mundo que foge a qualquer lógica, tenta encontrar o caminho de volta à realidade.

Duração 75 minutos. Classificação etária M12.


Muna - versão para a infância e versão para adultos
Ficha Artística:
Dramaturgia e direcção:
Ana Vitorino, Carlos Costa e Catarina Martins
Cenografia e adereços:
João Calvário, a partir de Ilustrações Originais de Júlio Vanzeler
Figurinos:
Ana Luena, a partir de Ilustrações Originais de Júlio Vanzeler
Banda Sonora Original e Sonoplastia:
João Martins
Desenho de Luz:
José Carlos Coelho
Interpretação:
Ana Vitorino, Carlos Costa, Catarina Martins, João Martins, Rui Queirós de Matos e Pedro Carreira.

Muna está em cena no Porto de 18 a 29 de Junho, no Teatro Carlos Alberto, integrado na programação do Teatro Nacional São João. Em Outubro estará em cena em Lisboa, na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II. Em Novembro será a vez do Teatro Aveirense, em Aveiro.

domingo, 22 de junho de 2008

Nova produção de Dagoll Dagom


A nova produção de Dagoll Dagom, ALOMA de Mercè Rodoreda, estreia no dia 24 de Outubro no Teatre Nacional de Catalunha e estará em cena até 4 de Janeiro. A partir dessa data iniciará a digressão, que se prevê finalizar em meados de 2009.

ALOMA, baseada na novela de Mercè Rodoreda com poemas da autora, conta no elenco com:
Aloma: Julia Möller
Aloma madura: Carme Sansa
Robert: Carlos Gramaje
Joan: Josep Julien
Anna: Anabel Totusaus
Dani: Henry Lardner / Cesco Nel:lo / Pol Orrit
Maria: Anna Moliner
Joaquim / Daniel: Marc Pujol

Em 2008 decorre a celebração do Ano Rodoreda, em honra da novelista catalã contemporânea mais universal, Mercè Rodoreda, no centenário do seu nascimento, e a companhia Dagoll Dagom, na oportunidade, criou um musical baseado numa das obras mais destacadas da autora.

Trata-se de uma co-produção com o Teatro Nacional da Catalunha e é a adaptação da obra “Aloma” (escrita em 1938 e revista pela autora em 1969) com texto de Lluís Arcarazo, música de Alfonso Villalonga e encenação de Joan Lluís Bozzo.

sábado, 21 de junho de 2008

SAGA - ÓPERA EXTRAVAGANTE no MUSEU DE MARINHA


A SAGA é um estuário onde desaguam a poesia e a prosa de Sophia de Mello Breyner Andresen – onde flutuam os cânticos, emergem os gritos e viajam as palavras. Onde se contemplam as ondas recorrentes dos afectos e se escutam as histórias que invocam as aventuras passadas, cruzando os oceanos em que a memória navega e o tempo naufraga.

A SAGA é um mega-evento estival com encenação de João Brites, que terá lugar no Mosteiro dos Jerónimos (convidando também à redescoberta do amplo claustro interior do Museu da Marinha) entre 19 de Junho e 13 de Julho de 2008. Característica singular de outros espectáculos deste grupo, a SAGA apresenta uma viagem pelas linguagens artísticas do teatro e da música, da dança e da poesia (estando a legendagem integrada dinamicamente na construção cénica).

A SAGA é uma ópera inédita com composição musical de Jorge Salgueiro que envolve cerca de 70 músicos (sendo a grande maioria pertencente à Banda da Armada) e várias vozes muito distintas, cruzando cantores líricos (como Filipa Lopes, Inês Madeira e João Sebastião) com intérpretes ligados aos universos da música popular (como Francisco Fanhais) ou até mesmo do heavy metal (como Fernando Ribeiro ou Rui Sidónio).

A SAGA caminha “nos caminhos onde o tempo / como um monstro a si próprio se devora”, e ergue-se “da ordem e do silêncio do universo” para a “infinita liberdade”.

Texto SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Dramaturgia e Encenação JOÃO BRITES
Composição Musical JORGE SALGUEIRO
Espaço Cénico JOÃO BRITES e RUI FRANCISCO
Oralidade TERESA LIMA
Corporalidade ALDARA BIZARRO
Figurinos VERA CASTRO
Adereços CLARA BENTO
Maestro CARLOS DA SILVA RIBEIRO
Orquestra BANDA DA ARMADA PORTUGUESA
Actores ANA BRANDÃO
Cantores FILIPA LOPES, INÊS MADEIRA, JOÃO SEBASTIÃO, ROSSANO GHIRA e SARA BELO (cantores líricos); FRANCISCO FANHAIS e CRISTINA RIBEIRO (cantores populares); FERNANDO RIBEIRO ou RUI SIDÓNIO (cantores Heavy Metal, Moonspell e Bizarra Locomotiva)
Bailarinos PEDRO RAMOS e SANDRA ROSADO
uma criação TEATRO O BANDO
em co-produção com a MARINHA

MUSEU DE MARINHA
Alas Poente e Norte do MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS
19 de Junho a 13 de Julho
de Quinta a Domingo às 21h30

terça-feira, 17 de junho de 2008

Antônio Abujamra coordena programa de formação


Pela primeira vez, a Funarte oferece bolsas de estudo e a possibilidade de entrar em contacto com todas as etapas da montagem de uma peça. A série de oficinas de encenação, interpretação e cenografia e figurinos, entre outras, inclui palestras abertas ao público, leituras de textos teatrais (de Ibsen a Alcides Nogueira), exibição de DVDs e a montagem de um espectáculo em Julho. Trata-se do projecto Geografia da Palavra, ministrado no novo espaço da Funarte, o Centro de Aperfeiçoamento Teatral, em São Paulo.

5 artistas de todo o Brasil foram seleccionados (entre 1470) como bolsistas para o programa Geografia da Palavra, primeiro projecto do novo Centro de Aperfeiçoamento Teatral do Espaço Funarte São Paulo. Na selecção, foram oferecidas quinze vagas para interpretação, dez para encenação e cinco para cada uma das outras áreas – produção, iluminação, direcção musical, cenografia e figurinos. No final do processo, em Julho, será montada uma peça com temporada gratuita em São Paulo.

Desde o começo de Março os seleccionados já estão a participar numa imersão de cinco meses no processo de construção de um espectáculo teatral. São oficinas diárias, de Encenação e Interpretação (a cargo do próprio Abujamra, Miguel Hernandez e Ramiro Silveira), Cenografia e Figurinos (Cyro Del Nero), Banda Sonora (Marcelo Amalfi), Iluminação (Wagner Freire), Corpo (Mariana Muniz) e Produção (Beto Simões). Os encontros de formação acontecem nas salas do complexo da Funarte em São Paulo, inaugurado em Novembro de 2007.

Coordenado pelo actor e encenador Antonio Abujamra (consagrado por sua inventividade e espírito provocativo e um dos protagonistas da revolução que ocorreu na dramaturgia brasileira entre as décadas de 1960 e 1970), o projecto é fruto de parceira entre a Fundação Nacional de Artes (Funarte) e a ONG Teatro Commune.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

LEÔNCIO E LENA de Georg Büchner


Georg Büchner (1813-1837), singular dramaturgo alemão, autor das peças “Woyzeck”, “A Morte de Danton” e “Leôncio e Lena” e da novela “Lenz”, morreu precocemente com 23 anos de idade, vítima de tifo. Foi um dos adolescentes geniais de vida curta, filho único da poesia, ao lado de Lautréamont e de Rimbaud. A obra de Büchner, tão preciosa quanto escassa, só foi reconhecida e dada a conhecer quase cem anos após a morte do autor. Hoje é considerado, dentro do teatro universal, um génio, um visionário, um percursor do teatro moderno e de várias tendências que se afirmaram no século XX: o Expressionismo, o Teatro Existêncialista, o Teatro do Absurdo, etc. É citado como referência estética tanto por Bertolt Brecht, como por Antonin Artaud (correntes opostas, porém unânimes em apontar a importância de Büchner).

Com uma escrita inovadora, altamente poética e politizada, Büchner utiliza em “Leôncio e Lena” a estética do Romantismo para, servindo-se dos seus recursos, a criticar. Utiliza um enredo romântico para fazer uma denúncia demolidora e satírica contra a falta de espírito público e a tirania absurda dos reis, dos governantes. Nesta obra-prima que é “Leôncio e Lena”, anterior a "Rei Ubu" de Alfred Jarry (tão moderna quanto sua sucessora), Büchner criou aquilo que cem anos após ter sido escrita, Artaud viria a chamar de “realidade poética”.

O príncipe Leôncio vive entediado no reino de Pupu. O rei Pedro, seu pai, decide que o seu herdeiro deve casar-se com a princesa Lena do reino de Pipi e marca o dia do casamento. Leôncio não concorda com a arbitrariedade desta decisão e, com o apoio do seu fiel amigo Valério – uma espécie de vagabundo filósofo – foge para Itália em busca do amor ideal.
No reino de Pipi, a princesa Lena, outro infeliz fantoche do Poder, decide também fugir, pois não admite casar-se com um desconhecido. Os dois príncipes encontram-se casualmente e, desconhecendo por completo as suas verdadeiras identidades, acabam por apaixonar-se.
Entretanto, no dia do casamento, instala-se um alvoroço no reino de Pupu com a descoberta da fuga do príncipe. Mas o criativo e delirante Valério tem uma ideia: cria uma encenação para o Rei, convencendo-o de que para fazer valer a palavra real não é preciso casar concretamente os dois príncipes, basta uma cerimónia simbólica onde os noivos sejam representados por dois ‘bonecos’, que efectivamente são os dois príncipes mascarados. A cerimónia é realizada e depois de oficializado o matrimónio os dois ‘fantoches’ tiram as máscaras e é-lhes revelada a sua identidade.

A contemporaneidade e a intemporalidade da peça afirmam-se, de modo delicado e ao mesmo tempo cirúrgico e contundente, na forma como nela são abordados os temas do amor, do tédio e do Poder. Com um forte cunho filosófico, esta obra (“comédia niilista”, segundo alguns teóricos), que afirma o grande fatalismo da condição humana, é uma comédia dialecticamente trágica: apesar de, tanto Leôncio como Lena, procurarem o caminho da redenção e da independência, quis o destino que eles se encontrassem por acaso e se apaixonassem, sem saberem quem são realmente.

Tradução Renato Correia
Encenação Ricardo Aibéo
Cenário Joana Villaverde
Desenho de Luz José Álvaro Correia
Interpretação David Almeida, David Pereira Bastos, Luis Miguel Cintra, Ricardo Aibéo, Sara Carinhas, Sofia Marques e Tiago Mateus

Produção Executiva Patrícia André
Assistência de Produção Heloisa Bonfanti
Produção Sul – Associação Cultural e Artística com a colaboração do Teatro da Cornucópia

Lisboa: Teatro do Bairro Alto
De 13/06 a 6/07/2008


domingo, 15 de junho de 2008

Novo festival - o FestiAndes


Rodolfo Molina, director do Centro Dramático “El Theatron", da Venezuela, acaba de anunciar o lançamento do Primer Festival Internacional de Teatro de los Andes (FestiAndes 2008). Rudolfo Molina e um conjunto de criadores teatrais propuseram-se criar um evento desta natureza e finalmente conseguiram os apoios públicos e privados para a sua realização.

Através deste festival procuram consolidar os laços com outros países, nomeadamente com Portugal.

A primeira edição será já este ano, entre 28 de Novembro e 7 de Dezembro. Nesta edição, uma vez que é a primeira, serão convidadas poucas companhias estrangeiras, mas para o próximo ano prevêem a participação de 20 companhias.

sábado, 14 de junho de 2008

Junior Sampaio encena na Seiva Trupe


A Seiva Trupe e o Entretanto Teatro apresentam no Teatro do Campo Alegre, no Porto, "PUNHAL NA CARNE", de JÚNIOR SAMPAIO, a partir de "Como um Punhal nas Carnes" de MAURÍCIO KARTUN.

Um texto, inédito em Portugal, que confronta a força e fraqueza da paixão arrebatadora.

Um casal: as suas paixões extraconjugais. Arrebatados, capturados por uma imagem, apenas uma imagem, uma simples imagem conseguia deixá-los indefesos… Os encontros, a exploração embriagada da perfeição do ser amado, a adequação inesperada do objecto de desejo: a doçura do começo, o tempo próprio do idílio. Um tempo feliz que desintegra a identidade do amante (aquele que ama). Delírios, desejos, esperanças, fantasias, sonhos, sofrimentos, feridas, angústias, desamparos, ressentimentos, desesperos, penúrias e enganos de que quem ama é vítima. A paisagem destruída de um casal depois da fúria devastadora da paixão (catástrofe natural que aflora a pele, inunda o corpo e reconstrói a alma).

Encenação de Júnior Sampaio
Interpretação de José Fragoso e Clara Nogueira

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Mensagem de Juan Mayorga ao FITEI 2008


Um pobre homem perseguido por mil polícias

Quase tudo o que sei de teatro, o essencial, aprendi-o em criança nas colónias escolares. As colónias eram centros de férias para nós, os meninos da cidade – os colonos – passarmos alguns dias do grande e quente Verão na praia ou no monte. Aos sábados à noite, celebrava-se nas colónias o chamado “fogo do acampamento”, apesar de não estarmos em nenhum acampamento nem tão pouco haver fogo. Consistia numa espécie de festival em que quem tinha alguma habilidade – cantar, contar anedotas, equilibrar uma bola com o nariz – exibia-a ante os demais, que aplaudíamos.

Foi ali, no fogo do acampamento, que conheci Charlot. Quer dizer, a uma criança que representava Charlot. Aquele rapaz imitava muito bem a sua pitoresca forma de andar, o seu modo de girar a bengala, a agitação do seu bigode. Mas o que nunca esquecerei é como aquele miúdo – ele sozinho! – dobrava uma esquina imaginária, dava de caras com 1000 polícias que o procuravam, corria perseguido por eles e, no último momento, conseguia esconder-se de modo a que o exército policial passasse ao lado sem o ver.

Eu não sabia então, mas agora sei que ali estava perante a visão dos dois pulmões do teatro: a crítica e a utopia.

O teatro é esse pequeno lugar em que uns seres humanos representam diante de outros, com a cumplicidade destes, ficções através das quais podemos examinar o nosso mundo e imaginar outros mundos; criticar esta vida e sonhar outras formas de viver. No teatro, qualquer um pode ser, durante um momento, um pobre homem perseguido por uma legião de polícias – como nesta nossa Europa, que acusa homens honrados de virem fugindo da miséria, enquanto permite que outros piores se passeiem tranquilos por salões e palácios – que acaba por conseguir enganar – porque o mundo deveria ser mais justo e mais belo.

O próprio teatro parece muitas vezes um pobre homem perseguido por mil, por um milhão de polícias. Mas uma e outra vez engana-os e continua o seu caminho. Parece pequeno, mas na realidade é, na sua humildade, muito poderoso. Parece antiquado, mas é a arte do futuro. A arte da crítica e da utopia.

Juan Mayorga



Un pobre hombre perseguido por mil policías

Casi todo lo que sé del teatro, lo esencial, lo aprendí de niño en las colonias escolares. Las colonias eran centros de vacaciones para que los niños de la ciudad –los colonos- pasásemos algunos días del largo y caluroso verano en la playa o en el monte. Los sábados por la noche, en las colonias se celebraba el llamado “fuego de campamento”, aunque no estábamos en ningún campamento ni tampoco había fuego. Consistía en una suerte de festival en que quien tenía alguna habilidad –cantar, contar chistes, sostener una pelota con la nariz- la exhibía ante los demás, que aplaudíamos.
Fue allí, en el fuego de campamento, donde conocí a Charlot. Es decir, a un niño que representaba a Charlot. Aquel chaval imitaba muy bien su pintoresca manera de andar, su modo de girar el bastón, la agitación de su bigote. Pero lo que nunca olvidaré es cómo aquel chico –¡él solo!- doblaba una esquina imaginaria, se daba de bruces con mil policías que estaban buscándolo, corría perseguido por ellos y, en el último momento, conseguía esconderse de modo que el ejército de polis pasase de largo sin verlo.
Yo no lo sabía entonces, pero ahora sé que allí se me estaba dando a ver los dos pulmones del teatro: la crítica y la utopía.
El teatro es ese pequeño lugar en que unos seres humanos representan ante otros, con la complicidad de éstos, ficciones a través de las cuales podemos examinar nuestro mundo e imaginar otros mundos; criticar esta vida y soñar otras formas de vivir. En el teatro, cualquiera puede ser, durante un rato, un pobre hombre al que persigue una legión de policías –como en esta Europa nuestra, que acosa a hombres honrados que vinieron huyendo de la miseria, mientras permite que otros peores se paseen tranquilos por salones y palacios- a los que finalmente burla –porque el mundo debería ser más justo y más bello-.
El teatro mismo parece a menudo un pobre hombre perseguido por mil, por un millón de policías. Pero una y otra vez los burla y continúa su camino. Parece pequeño, pero en realidad es, en su humildad, muy poderoso. Parece anticuado, pero es el arte del futuro. El arte de la crítica y de la utopía.

Juan Mayorga


quinta-feira, 12 de junho de 2008

Intervenção de Mário Moutinho na abertura do FITEI 2008


Após a leitura da Mensagem ao FITEI 2008 da autoria de Juan Mayorga, pelo actor Jorge Vasques (na imagem), o presidente e director artístico do FITEI fez a sua intervenção de abertura do festival:

"Estou aqui mais uma vez para uma saudação de boas-vindas na abertura deste 31º Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica.

Uma saudação aos actores, encenadores, autores e a todos os elementos das companhias que nos visitam este ano.

Uma saudação especial ao público do Porto, ao público que nos visita, ao público de sempre, ao público que acaba de chegar.

Uma saudação renovada aos parceiros que connosco trabalham durante o ano e que possibilitam a realização do festival na sua actual dimensão, os novos parceiros, os parceiros de sempre.

Aos mecenas, aos maiores, aos mais pequenos.

Às entidades oficiais, dizendo-lhes que aqui estamos de novo, cumprindo os objectivos que nos propusemos realizar e dizendo-lhes também que não deixaremos de publicamente apresentar as nossas razões e preocupações.

E por último, uma saudação muito especial a todos os profissionais das artes cénicas da região norte, e em particular da cidade do Porto, que, apesar de tudo, ainda conseguem fazer teatro.

Feitas estas saudações, passemos ao espectáculo. É a vossa vez de julgar as propostas que apresentamos. Espero a vossa participação activa nestes doze dias de festival.

Permitam-me, por último, dedicar este festival à memória do nosso saudoso e querido amigo José Cayolla.
"

Mário Moutinho

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Revista Galega de Teatro vai estar à venda no Porto





A Revista Galega de Teatro, cujo número 54 acaba de ser publicado, vai começar a ser vendida em diversas livrarias da cidade do Porto, na sequência de contactos estabelecidos pelos elementos da revista que estiveram a acompanhar a edição deste ano do FITEI.



Este número da Revista Galega de Teatro chega com os seguintes conteúdos:

TEMAS:
Mataró, uma expriência em artes cénicas a apartir da administração local/Tere Almar
A função social do teatro amador/ Pedro P. Riobó
Ter ou não ter convénio, essa é a questão/ Xavier Estévez

FESTIVAIS:
Festival de Outono de Madrid/ Luís Valsa
Quatro anos de acção/ Carlos Tejo
SPOT II. Espectáculo e diálogo entre culturas/ Camila Bauer Brönstrup

ENTREVISTAS:
Eduardo Pavlosky/ Vanesa Sotelo
Foto-entrevista: Doro Piñeiro/ Pedro P. Riobó

DANÇA:
Marcel Marceau, Mestre do silêncio/ Afonso Rivera

ESPAÇOS:
Um convite ao desconhecido/ Óscar Codesido

CRÍTICAS:
Negro uma paisagem pessoal/ Ana Senra Aguirre
Valdemuller: Entre os fios das filhas da lua/ Roberto Pascual
Ifixenia en Áulide/ Inma López Silva


Antecedentes de RGT

A Revista Galega de Teatro nasce como Boletim de Informação Teatral da Escola Dramática Galega cujo número 0 aparece em Vigo em 1983. Depois do desaparecimento da Escola Dramática Galega, o Boletim passará a denominar-se Boletín de Información Teatral para mudar pouco depois em Información Teatral, mais tarde Información Teatral-Revista Galega de Teatro e definitivamente, desde o número 11, em Revista Galega de Teatro.

Na actualidade a RGT é editada por uma associação cultural sem fins lucrativos denominada “Entre Bambalinas” e conta com uma equipa de redacção de pessoas relacionadas com diferentes aspectos do mundo do teatro, desde a investigação à pedagogia, à escrita, à gestão ou à práctica da representação.

A linha da revista sempre foi presidida pela independência de qualquer opção partidária ou coorporativa, a procura do rigor e a honestidade informativa, a atenção preferencial ao teatro galego mas com curiosidade por qualquer aspecto de interese do teatro em geral, nomeadamente do que se faz na Espanha, Portugal e Iberoamérica. E a partir destes princípios básicos estrutura os diferentes temas, conjugando a informação com a criação, a divulgação e o ensaio.

Depois de assinar em 1995 o 1º Convenio de Cooperación Cultural com o Instituto Galego das Artes Escénicas e Musicais de Galicia ( IGAEM), a sua publicação passa a ser regular, sendo, a partir de 2000, trimestral.

Coincidindo com nº 8, começaram a editar-se na mesma publicação textos dramáticos. Inaugurou a colecção 2132 um texto oferecido por Roberto Vidal Bolaño quando lhe foi apresentado o projecto. Juntaram-se a ele textos, entre outros, de Euloxio R. Ruibal, Jenaro Marinhas del Valle, Manuel Lourenzo, Juan Mayorga, Iztiar Pascual, Ernesto Caballero, Jerónimo López Mozo, Pomba Pedrero, José Ramón Fernández, Elena Cánovas, Yolanda Pallín ou do mexicano Jaime Chabaud e de Michel Azama ou do croata Asja Srnec. A RGT estabeleceu um acordo com o Cercle Artistic de Ciutadella de Menorca, entidade que organiza anualmente o Prémio Born de Teatre. Por via deste acordo o Prémio Born foi traduzido pela primeira vez em galego na XXXI edição de 2006 ganha por Carlos Be com Origami. São mais de quarenta os textos publicados.

A Asociación Cultural Entre Bambalinas, para além da edicão da revista, colabora com diferentes iniciativas tendo como objectivo a divulgacão do teatro. A RGT é uma das revistas fundadoras da Rede de Publicações do Instituto Internacional do Teatro Mediterrânico e faz parte também da Comisión Organizadora da Mostra de Cangas.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Después de mí, el diluvio





Lluïsa Cunillé volta ao Teatro Valle-Inclán com "Después de mí, el diluvio" (Après moi le déluge), uma co-produção do Centro Dramático Nacional e do Teatre Lliure, con Jordi Dauder e Vicky Peña, dirigida por Carlota Subirós.

Um homem e uma mulher encontram-se num quarto de hotel de Kinshasa, a capital do Congo. Ele trabalha para uma companhia sul-africana que se dedica à extracção e comercialização de um mineral descoberto nos últimos anos e que é essencial para o desenvolvimento das novas tecnologias. Ela há muitos anos que está instalada no hotel com as funções de intérprete para os homens de negócios que ali se instalam. O resto do tempo ocupa-o a tomar banhos de sol junto da piscina e nem sequer se recorda da última vez que saíu do hotel. São dois europeus que num dado momento descobriram o fascínio por África e converteram-na no seu refúgio. No decorrer da conversa, a dura realidade do mundo que os rodeia, marcada pelo saque e pela injustiça, irá aparecendo no aparente isolamento daquele quarto de hotel, apesar de todos os esforços para fechar os olhos e a alma.

Lluïsa Cunillé, uma das autoras mais singulares da nova dramaturgia catalã, oferece-nos uma visão insólita e pessoal da complexa relação entre o chamado primeiro e terceiro mundo.

Centro Dramático Nacional - Teatro Valle-Inclán - Sala Francisco Nieva - Plaza de Lavapiés, s/n
Madrid