terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A revista galega NUA publica o 4º número


NÚA, publicação galega de artes cénicas, fez sair o 4º número, tanto em edição digital como em edição impressa, sob o tema "Núa é uma caixa". A revista define-se como "um espaço que pretende dar voz a criadores que trabalham na linha das novas linguagens, com destaque para os processos de criação e investigação."

O português Jorge Palinhos tem a sua peça ‘Bruce Lee’ publicada neste número, juntamente com ‘Drama virtual’ de Pedro Montalbán Kroebel, ‘Fantasía nº1 en mi menor’ de Sther f. Carrodeguas e ‘Fame negra cultural’ de Carlos Vidal Puga. As peças publicadas são acompanhadas de uma introdução de Julio Fernández Peláez.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Começou o Escena Contemporanea de Madrid


Começou no passado dia 26 de Janeiro e prologa-se até 17 de Fevereiro a edição 2012 do Escena Contemporanea, de Madrid, aquela que constitui a 12ª edição deste importante certame de artes cénicas contemporâneas.

A equipa do festival assume que "en esta edición, EC2012 quiere ser, más que nunca, no una suma de eventos, sino una totalidad por construir".

A programação, que pode ser consultada AQUI, inclui propostas de teatro, dança, circo, instalações e performance, para além da realização de ateliers.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Por um rio | Teatro Municipal de Almada | 28 e 29 de Janeiro

O espectáculo parte da observação e da co-criação em residência artística de toda a equipa. Como base de pesquisa, o rio, o corpo enquanto rio e o rio como identidade. Em palco, três intérpretes, dois homens e uma mulher: Alban Hall, Tonan Quito e Marina Nabais. Tal como as margens de um rio, são as diferenças e semelhanças que contribuem para a constituição das identidades. Em palco está também o público, testemunhando e integrando o fluxo e as margens deste rio.

Marina Nabais (Luanda, 1974) estudou na Escola Superior de Dança, no ramo de Espectáculo. Frequentou a School For New Dance Development (Amesterdão), onde fez a sua pós-graduação, e foi bolseira do Centro Nacional de Cultura, tendo participado em vários workshops com grandes nomes nacionais e internacionais da dança. Como coreógrafa, estreou-se com Dying Eyes (1996), sendo desde então autora de inúmeras criações. Como intérprete, tem trabalhado nas áreas de dança, teatro e vídeo. Desenvolve paralelamente um trabalho pedagógico. É, desde 2003, directora artística d’ a menina dos meus olhos – associação cultural.

Interpretação/Co-criação de Alban Hall, Marina Nabais, Tonan Quito

sábado, 28 de janeiro de 2012

Berliner Ensemble é o destaque da temporada 2012 do TMA



Simplesmente complicado, de Thomas Bernhard, com direcção de um dos maiores encenadores do teatro mundial, Claus Peymann (pela primeira vez em Portugal), é o grande destaque da programação anual do TMA apresentada no sábado. Uma programação que inclui seis produções da Companhia de Teatro de Almada (cinco peças de teatro e uma ópera) e 44 produções de teatro, dança e música.

Timão de Atenas, peça escrita por William Shakespeare com encenação de Joaquim Benite, é uma das produções próprias da CTA, que sobe ao palco em Dezembro e que será reposta em Janeiro de 2013. Em Outubro e Novembro, o TMA apresenta O mercador de Veneza, uma co-produção com o Teatro Nacional São João, em que Ricardo Pais encena o texto de William Shakespeare. A ópera A rainha louca, com música e libreto de Alexandre Delgado a partir do texto O tempo feminino, de Miguel Rovisco, e encenação por Joaquim Benite - que estreou em 2011 no Centro Cultural de Belém – regressa ao palco em Abril e Maio. Em Março será a vez de Dança de roda, texto de Arthur Schnitzler com encenação de Rodrigo Francisco, uma peça que conta com um elenco jovem, na sua maioria finalistas do Conservatório que participaram em Santa Joana dos matadouros. O TMA apresentará ainda duas reposições durante o ano de 2012. A peça O carteiro de Neruda, texto de Antonio Skármeta adaptado por Carlos Porto e encenação de Joaquim Benite, será apresentada já em Janeiro. Em Novembro é a vez de Tuning, com texto de Rodrigo Francisco e encenação de Joaquim Benite.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Thom Sharpe adaptado ao teatro pelos bascos Ados Teatroa





Wilt novela de Thom Sharpe recheada de situações divertidas vendeu mais de 10 millões de exemplares em 22 idiomas. É agora adaptada ao teatro pelos Ado Teatroa, de Donostia / San Sebastian, grupo que já esteve no FITEI com Emotikon.

Trata-se de uma comédia que cruza elementos tão diferentes como um professor de literatura, sua esposa desaparecida, uma boneca insuflável, uma delirante investigação policial e muitas outras situações surrealistas numa história trepidante e divertida.

A adaptação e encenação é de Garbi Losada.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

'Dimas e Gestas' | Um musical para crucificados


De 20 de Janeiro a 18 de Fevereiro, no Teatro Helena Sá e Costa.

Dimas, o bom ladrão, e Gestas, o mau ladrão, aguardam a chegada de um terceiro elemento que se adivinha que virá pois há um espaço livre entre as cruzes onde os dois estão crucificados. Enquanto aguardam, as personagens vagueiam pelas memórias da sua vida, pelas opções que tomaram e pelas oportunidades que perderam. Afinal como chegaram ao Gólgota?
Segundo o evangelho de Lucas, Cristo foi crucificado no meio de dois ladrões ou malfeitores: “E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. […] E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.
Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.
E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.
E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”
Mas será que esta é a verdadeira historia? Claro que não. À luz das mais recentes evoluções da psicologia forense acreditamos que Dimas era na verdade um malandro, bem disposto é certo, um bom malandro, mas não seguramente um bom ladrão. Era um pintas. Um mentiroso compulsivo.
Aliás, quem senão um oportunista diria a Cristo: - “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino” Já o pobre do Gestas mais não era que um pai de família que fruto de um desemprego prolongando e da perseguição da usura a que foi obrigado a recorrer, mais solução não teve que enveredar pela profissão e ladrão. Ladrão de pouca monta, ladrão de pão. Não foi blasfémia, foi suplica sentida: - “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.”


Texto e encenação de Ricardo Alves.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

PROGRAMA DE INCENTIVO A NOVOS TALENTOS GLOBE-SP

O GLOBE-SP Centro de Formação do Actor abre audições em busca de novos talentos e oferecerá bolsas de estudos para os selecionados.

Os candidatos devidamente inscritos participarão numa audição cujo objetivo é mensurar e comprovar seus conhecimento e habilidades técnicas e criativas.

Podem inscrever-se jovens e adultos, com idades entre 13 e 25 anos, interessados em cursos de artes cênicas, que desejam ingressar na profissão de actor/actriz e concorrer a bolsas de estudo;

O período de inscrição termina em 28/01/2012.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Digressão no Chile

A produtora/distribuidora de artes cénicas espanhola Mopa Producciones anuncia uma digressão de três das companhias suas representadas no Chile.

Juan Luis Matilla, Roberto Martínez, Eloisa Cantón, Raquel Benito Jiménez Luque deslocam-se aquele país latino-americano para apresentar cinco récitas de três espectáculos e vários workshops. O Centro Cultural de Espanha em Santiago, com a sua mostra ‘Días de Danza’ e o Festival ‘Cielos del Infinito’, que se organiza em Punta Arenas acolhem esta digressão.

As peças a apresentar serão Mala suerte o falta de talento, (espérame despierto) e Sad dance therapy.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

3 Actores à Procura de um Papel

Curta série de espectáculos em Lisboa (de 19 a 29 de Janeiro) de “3 Actores à Procura de um Papel”, com João Cabral, Oceana Basílio e Ângelo Torres, na Sala Novas Tendencias do Teatro da Comuna. O texto de Joaquim Paulo Nogueira (que com Jorge António também encena) traz-nos cinco pequenos contos teatrais onde sobressaem temas como a morte, a política, a identidade de género, a música, a crise financeira e social, que se interligam através da história de 3 actores que se encontram para fazerem um casting público. Depois de Lisboa o espectáculo tem previstas duas apresentações no norte do País e duas apresentações em Luanda.

Três actores, que não se conhecem, entram para uma sala para realizarem um casting público. Num primeiro momento medem-se e estão receosos. Uma vozoff explica o jogo e as regras: os actores vão ter de entrar em cinco cenas, onde representam personagens diferentes que lhes são atribuídas em segredo. Ao longo do tempo em que estão juntos vão começar a cruzar as suas histórias de vida e a sofrerem influência dos personagens que representam. Surgem vários tipos, entre os quais um corrector da bolsa, um desempregado, uma doente de cancro em estado terminal, um professor que é despedido porque inicia um processo de mudança de identidade sexual, um jovem que vai estudar para Teerão e que supostamente irá infiltrar-se numa rede terrorista. Por outro lado eles, como actores, também têm diferentes maneiras de viver a precariedade da sua profissão e isso reflecte-se nas suas atitudes durante o casting.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Co-produção Pé de Vento e Jangada Teatro constitui uma viagem ao universo da tradição cultural angolana


Pethelo-a-Kuma é o pequeno-grande herói desta história do escritor angolano João Miranda, encenada por João Luiz, que estreia no próximo dia 4 de Fevereiro, no Teatro da Vilarinha, no Porto.

Pethelo-a-Kuma, o menino inteligente sabia quase tudo, mas restava-lhe uma dúvida. Em busca da explicação e entendimento daquilo que não sabia ainda e queria a todo o custo saber, parte rumo ao Kalunga (onde o Sol morre). A viagem de Pethelo resulta numa sucessão de acontecimentos que envolvem o sabor da aventura e a inverosimilhança do sobrenatural, num desenrolar típico da narrativa oral – uma história sem tempo e sem espaço, que dá a conhecer aspetos da tradição cultural angolana.

O desafio de levar à cena um autor oriundo de um país africano de língua oficial portuguesa partiu da Jangada Teatro, de Lousada. A escolha recaiu sobre Pethelo-a-Kuma, o menino inteligente, de João Miranda, porque nos encontramos perante um conto que nos conduz a um mundo fantástico e maravilhoso, explica o Pé de Vento. Esta é a primeira co-produção destas duas companhias de teatro nortenhas.

O espectáculo, direccionado para público infanto-juvenil, fica em cena no Teatro da Vilarinha de 4 de Fevereiro a 4 de Março

sábado, 21 de janeiro de 2012

BACANTES | A PARTIR DE EURÍPIDES | COMPANHIA BRASILEIRA TEATRO OFICINA EM LISBOA


Bacantes, de Eurípides, tragédia do embate entre a explosão dos sentidos e as razões de Estado, território de manipulação do desejo em nome da vingança, regressa-nos em forma de ópera carnavalesca, animada por mais de trinta actores, cantores e músicos, divindades afro-brasileiras, música pop e comentário político. Regressa e sobrevive – é já uma criação de 1995 – porque é um espectáculo sempre à procura da distância exacta entre Tebas e o Brasil contemporâneo.

José Celso Martinez Correa, figura maior do teatro brasileiro, regressa a Portugal depois de 37 anos com Bacantes, versão visceral, orgiástica, de um dos textos seminais da dramaturgia ocidental. Fundador, no final dos anos 50, do Teatro Oficina, criador que procura praticar a ideia, tão cara aos modernistas brasileiros, de antropofagia, de cruzamento de culturas enquanto forma radical de fusão e apropriação da energia do outro, Zé Celso propõe-nos um teatro que rompe, um teatro de iniciação, a pedir o envolvimento e o empenho do espectador. Envolvimento, aliás, propiciado pela transformação profunda que operamos na Sala Principal, à procura de uma fusão improvável entre a sala à italiana e o teatro-estádio que emula o espaço da companhia em São Paulo.

Dias 20, 21 e 22 de Janeiro, no Teatro S. Luiz, em Lisboa.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vontade de Ter Vontade

© Carlos Gonçalves

A partir dos livros Um tratado sobre os nossos actuais descontentamentos, de Tony Judt e Portugal – ensaio contra a autoflagelação, de Boaventura de Sousa Santos, Cláudia Dias cria Vontade de Ter Vontade, espectáculo de dança com estreia na Culturgest, dias 20 e 21 de Janeiro.

Se eu ficar aqui, sempre no mesmo sítio, as coisas irão passar por mim em vez de ser eu a passar pelas coisas. O tempo irá passar lento, rotineiro, disciplinado e eu com ele à deriva… Como se não houvesse gravidade que me conectasse a um chão, a um território. Como se fosse aterritorial e apátrida na minha própria terra. Como se o país fosse um lugar distante, ao qual não pertencesse, do qual não fizesse parte. Como se não tivesse nada a dizer. Aqui, de boca cerrada, em silêncio, de plástico, a meter tudo no mesmo saco. Os fracos, os fortes, a amizade e o utilitarismo, o apetite e a fome, a violência, a insurreição, a Revolução de Jasmim e a acampada do Rossio, os direitos, os privilégios, o pontapé na cona e o Hermitage La Chapelle, a exclamação, a vertigem, a igualdade e o discurso sobre, a Costa da Caparica e as Bahamas, a esquerda, a direita… Tudo igual. Tudo no mesmo saco. Como se não pensasse. Como se eles pensassem por mim. Como se fosse inevitável que eles pensassem por nós. Como se a inevitabilidade fosse uma lei da física. E me restasse apenas aceitar, resignada, o eterno retorno de passar pelas mesmas coisas, uma e outra vez. Como se a existência acontecesse e não me visse. Eu, discreta, à paisana na vida. Como se estivesse a ser agida.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lançado no Porto o CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual


Depois do lançamento em Lisboa, no dia 11 de Dezembro, o CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual, foi também lançado no Porto, com ampla participação de músicos, actores e trabalhadores audiovisuais, maioritariamente jovens.

Por lá passaram muitas pessoas que sentem a necessidade de uma melhor e maior organização dos trabalhadores dos sectores das artes de palco. Durante os eventos, em Lisboa e no Porto, fizeram-se novos sócios, discutiram-se assuntos do interesse geral e conviveu-se bastante, na esperança de que o CENA possa ser um ponto de encontro entre os diferentes profissionais dos diferentes campos que abrange.

O encontro do Porto iniciou com algumas tertúlias sectoriais onde foi possível ouvir o que as pessoas acham essencial ser discutido em temas tão diversos como Contratação e Segurança Social, Ensino Artístico, Estruturas Estatais, Estruturas Independentes, Direitos de Autor e Direitos Conexos.

"Nestes tempos difíceis para os sectores dos Espectáculos e do Audiovisual, só a forte ligação entre os seus trabalhadores pode ajudar a travar batalhas que não nos deixem perder os poucos direitos que ainda temos e que nos levem a mostrar ao poder político e à sociedade civil que precisamos de um tratamento mais digno para termos mais e melhores condições na criação artística e na sua exposição", podia ler-se na convocatória para o evento do Porto.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Curso de Especialização Profissional em Gestão de Organizações e Projectos Culturais



A CultIdeias promove a 5ª, 6ª e 7ª edições do Curso de Especialização Profissional em Gestão de Organizações e Projectos Culturais. Este curso emerge da necessidade manifestada por diversas organizações e profissionais em investirem numa formação específica nesta área, promotora de conhecimentos e competências essenciais, numa sociedade contemporânea plena de desafios e em mudança permanente. O dinamismo e a interdisciplinaridade da formação procura instigar a reflexão, a capacidade crítica e a discussão em torno do sector cultural mas também noutras áreas transversais, tais como as artes, educação, património, turismo, economia, comunicação, direito, gestão e programação, entre outras. Esta transversalidade dos conteúdos programáticos associada à partilha de experiências entre os diversos profissionais e os formadores proporcionará a consolidação de saberes e práticas e constituirá um desafio para todos. Esta é a proposta da CultIdeias.

Estas edições do curso realizar-se-ão em Alcochete, Lagoa e Guimarães.
Informações em http://www.cultideias.com/formacao.php?page=for

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cia. de Teatro Contemporâneo, Trupe Intacta Retina, aborda Shakespeare sem pretensões nem pudores



A Cia. de Teatro Contemporâneo, Trupe Intacta Retina, aborda Shakespeare sem pretensões nem pudores, com a participação da jovem actriz portuguesa Carolina Floare, que para além de integrar o elenco, é também responsável pela tradução e adaptação. A direcção é de Sílvia Carvalho.

Uma história imortal, recontada em algum lugar do tempo.
Talvez em 2012 – o ano do “ponto zero” – para que, ao mesmo tempo que a recontamos, a contemos pela primeira vez.

Em algum Reino indefinido à beira-mar, morre subitamente a Rainha. Dois meses passados, o Rei viúvo já está casado com sua antiga cunhada, a nova Rainha, para espanto do povo e revolta da Princesa, ainda em luto pela mãe. Acontece que o espírito inquieto da Rainha falecida ronda o palácio durante as madrugadas até conseguir se comunicar com a filha. A revelação é terrível: houve um assassinato. Uma irmã matou a outra para ter acesso ao poder e ao amor do Rei. A Princesa, intimada a fazer justiça e a endireitar seu Reino caído na corrupção de valores, renuncia ao amor, reflete e, consequentemente, hesita, procura provas através da loucura e do teatro... Uma vida interrompida por um destino maior que a vida: eis o caminho sinuoso da tragédia.

É isso mesmo. E se Hamlet fosse uma mulher? E se tivéssemos uma Rainha assassina? E um Rei entre elas? E se Ofélia fosse Ofel? E se, mesmo assim, a história fosse exactamente a mesma?

“Hamlet” foi escrita por Shakespeare na virada para o século XVII e tornou-se a peça mais estudada, citada e encenada da história do Teatro Mundial. Obra literária divisora de águas, referência do Humanismo, de uma Revolução Moral. O ser humano que se liberta dos grilhões das certezas medievais da alma e ousa perguntar-se: ser ou não ser? A passagem da Idade Média para a Renascença continua a operar-se ainda hoje, em cada alma. É por isso que “Hamlet” nunca morre e é universal, por que é a maior reflexão sobre a condição humana.

Hamlet 2012” é uma nova tradução deste poema ilimitado e, como tal, busca novos limites da sua beleza e vigor originais. Ao mesmo tempo, é uma adaptação da obra para esse tempo e esse espaço definidos apenas por uma contemporaneidade e por um mar. A inversão dos géneros de (absolutamente) todos os personagens é um desafio experimental à própria essência da obra: o seu humanismo. Para a reflexão sobre a condição humana, obviamente tanto faz ser-se homem ou mulher. E é exactamente essa essência da obra que queremos fazer ressaltar, através da surpresa de estarmos perante a mesma história apesar da subversão radical das formas.
Fora isso, é mais um “Hamlet” erguido por mais uma trupe de atores apaixonados por seu ofício, que um dia quiseram criar caminhos transversos e novos sentidos para tocar e viver a maior peça do mundo. Sem pretensões. Mas também sem pudores.

Com nove actores, o grupo de formandos de Teatro da Cia. de Teatro Contemporâneo, Trupe Intacta Retina, convidou Sílvia Carvalho para dirigir e ter uma participação especial como Espírito e Ronnie Marruda para viver o Rei Geruth.

Os outros catorze personagens são distribuídos assim: Hamlet é vivida por Carolina Floare, Claudia por Vívian Rodrigues, Ofel por Rodrigo Viegas, Horácia por Luiza Valente, Polonia por Camila Falconi, Laertes e Atriz por Thais Favatto, Guilden Stern e Coveira por Luana Crispim, Rosen Crantz e Marcela por Carol Zétola e Bernarda, Reinalda/Osrica e Atriz por Thainá Targino.

Francisco Leite assina a direcção de arte, Luciana Belchior a direcção de movimento, Renato Rocha a esgrima artística, João de Carvalho a trilha, Aurélio de Simoni faz acontecer a luz e Jansen Raveira responde pelas tecnologias de projeção usadas em cena.

O actor e professor Maurício Gonçalves, padrinho de formatura da Trupe Intacta Retina, escreveu a respeito: “Hamlet 2012 me parece uma proposta imbuída desse novo espírito. É uma aposta. Cada um tem seu Shakespeare. Harold Bloom entronizou o bardo no centro do cânone ocidental; Peter Brook, em suas encenações, surripiou o respeito pelo tradição do império; Tom Stoppard tirou-lhe as calças. O grupo da Trupe Intacta Retina, formado basicamente por mulheres, pretende – e é assim que me parece – destruir a máquina de alter idade que conformou a mulher, aqui, por estas plagas. Não é um Hamlet feminino. É um flirt, uma obra aberta, em processo, um trabalho de reconfiguração. Seja dito: Carolina Floare, a tradutora dessa montagem, é a própria imagem das novas articulações. Bailarina, portuguesa, poliglota, brasileira, actriz, escritora e tudo que o verso ainda tiver fôlego para dizer. Portanto, o que se espera não é somente uma peça de teatro. Sim, um convite de outras sereias, de novas cantoras. Que o Ulisses-espectador se perca e jamais retorne à casa. Para o emigrado, toda terra é estrangeira, inclusive a sua origem.”

Estreia 13, 14, 15 e 16 de Fevereiro no Teatro Maria Clara Machado, Rio de Janeiro.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Encontro Intercultural de Teatro Iberoamericano

O Colectivo Artístico Teatral A PUERTA CERRADA, da Colômbia anuncia a realização do 5º Encontro Intercultural de Teatro Iberoamericano ENITI 2012, que tem com objectivo central estabelecer um espaço de diálogo intercultural através da expressão teatral, um espaço para compartilhar, aprender e reflectir sobre a realidade sociocultural dos povos e culturas existentes na Colômbia e na América Latina.

Este quinto encontro realizar-se-á entre 15 e 22 de Outubro de 2012.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Oficina de Dança Contemporânea DE REPENTE EL CUERPO orientado por Lara Guidetti

De repente, el cuerpo é um ciclo de oficinas de dança contemporânea com Lara Guidetti. Um trabalho de forte autocontrolo para poder entrar e sair do movimento; assim como entrar e sair do significado e imagem reconhecendo-os. Um trabalho prespectivado para a criação e não para a reprodução. Pretende ser uma busca de um movimento sem uma finalidade demonstrativa que permita ao corpo ser um instrumento de investigação.

A coreógrafa e bailarina Lara Guidetti, de Sanpapie (Milán, Italia) orienta esta acção de formação, organizada pela jovem empresa de artes cénicas de Madrid 360 GRADOS CULTURAS, dirigida por Soraya Rodríguez Gíl e Stefania Dolcini.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Vermelho | Em cena no Teatro Aberto


Nova Iorque, 1958-1959. O pintor Mark Rothko contrata Ken, um jovem assistente, para o ajudar na execução de um trabalho que lhe foi encomendado. Trata-se de uma série de murais para o luxuoso restaurante Four Seasons, integrado no edifício Seagram, um projecto inovador dos arquitectos Philip Johnson e Mies van der Rohe. Enquanto misturam as tintas e preparam as telas, Rothko expõe as suas ideias sobre a arte, reportando-se aos pintores que o antecederam, como Caravaggio ou Miguel Ângelo, e aos seus contemporâneos, como Jackson Pollock ou Andy Warhol: a arte deve propiciar o encontro do homem consigo próprio e com o mistério da existência e não ser um mero objecto de divertimento e decoração. No diálogo entre o mestre e o discípulo, desenvolve-se um intenso processo de reflexão que os transforma a ambos e os leva a procurar novos caminhos.

Escrito pelo autor norte-americano John Logan em 2009 e distinguido com vários prémios de teatro, Vermelho é um diálogo apaixonante sobre a arte e a vida que envolve não apenas artistas e criadores como também os seus cúmplices, os espectadores.

Versão de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos, dramaturgia de Vera San Payo de Lemos, encenação e realização vídeo de João Lourenço e interpretação de António Fonseca e João Vicente.

Em cena até 26 de Fevereiro de 2012 .

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Festival Santiago a Mil durante o mês de Janeiro

Acontecerá até ao dia 27, começou em 3 de Janeiro, aquele que é considerado um dos grandes acontecimentos teatrais da América Latina: o Festival Santiago a Mil. Este ano o festival, que se realiza na cidade de Santiago do Chile, com extensões em Iquique e Antofagasta, apresenta uma programação onde se destaca a participação de alguns dos encenadores de maior destaque na cena teatral contemporânea, como são exemplo Ariane Mnouchkine, Daniel Veronese, Daniele Finzi Pasca, César Brie e Yuyachkani, para além do conhecido cineasta galês Peter Greenaway.

Destaque também na programação internacional a presença do Théâtre du Soleil, que apresentará o seu espectáulo "Los Náufragos de la Loca Esperanza".

Toda a programação e outras informações podem ser consultadas em http://www.santiagoamil.cl/es/

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

DU DON DE SOI | criação de PAULO RIBEIRO | COMPANHIA NACIONAL DE BAILADO






Convidado a criar uma coreografia para a Companhia Nacional de Bailado, a partir do universo cinematográfico de Andrei Tarkovsky, considerado um dos melhores cineastas do século XX, Paulo Ribeiro volta a surpreender como a melhor peça de dança do ano, entre todas as que foram apresentadas em Portugal em 2011. A mais recente composição coreográfica de Paulo Ribeiro aparece destacada em relação a trabalhos de outros nomes grandes da dança internacional, como Jerôme Bel, Josef Nadj ou Boris Charmatz. Uma distinção feita pelos críticos de arte e cultura do jornal Público que, no suplemento Ípsilon elencaram o que de melhor foi feito ou apresentado em Portugal no ano que agora termina.

Em Du Don de Soi, o coreógrafo mergulha num universo distinto, desafiando-se a abraçar um registo mais lento, diferente do movimento nervoso a que habituou o seu público. Nesta homenagem a Tarkovsky conduz um grande coletivo de intérpretes que se deixam absorver por uma espécie de caos harmonioso, enquadrado por belas e inspiradoras paisagens.

Fazedor de pura poesia do corpo, Paulo Ribeiro mantém-se fiel à dimensão poética de Tarkovsky, numa coreografia repleta de matéria espiritual e de um movimento suave, mas intenso, que transporta e move quem vê.

Coreografia Paulo Ribeiro
Música Franghiz Ali-Zadeh
Direção de Imagem Fabio Iaquone e Luca Attilii
Figurinos José António Tenente
Desenho de Luz Nuno Meira
Produção Companhia Nacional de Bailado

20 e 21 de Janeiro Teatro Viriato Viseu

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mein Kapital | Sala Cuarta Pared | 11 a 21 de Janeiro

Oito autores espanhóis contemporâneos [Inmaculada Alvear, Marta Buchaca, Francesc Cerro, Luis Miguel González Cruz,Raúl Hernández Garrido, Daniel Martos, Albert Tola e Helena Tornero] assinam este texto criado a partir do Capital, de Karl Marx. Oito peças de diversos géneros - drama, comédia, entrevista, mistério, tragédia e autos de fé - que rodam pelo universo das relações humanas. Relações de poder, de exploração e de sobrevivência do ser humano no meio desta situação.

De 11 a 21 de Janeiro, na Sala Cuarta Pared, Madrid. Direcção de Cristina Yáñez.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Carlos Concha apresenta a sua Medeia no Chile

O actor chileno residente em Espanha Carlos Concha está no Festival Santiago a Mil, do Chile, com um monólogo que se baseia na tragédia de Séneca Medeia.

No verão passado, este espectáculo foi um enorme êxito no Festival de Belgrado, onde o actor se surpreendeu com o facto do público o ter entendido, o que para ele ficou claro após a grande ovação final.

O actor regressa agora à sua terra natal onde apresentará esta obra pela primeira vez, integrado na programação de um dos mais prestigiados festivais de teatro da América Latina.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

CURSO 'ORGANIZAÇÃO DE ESPECTÁCULOS EM CONTEXTOS ESCOLARES'

A Companhia Instável, do Porto, agora sediada no Teatro do Campo Alegre, realiza o curso ORGANIZAÇÃO DE ESPECTÁCULOS EM CONTEXTOS ESCOLARES, com Ana Figueira, Alexandra Oliveira e Ricardo Alves, nos dias 10, 11 e 12 de Fevereiro de 2012.

O curso tem como objectivo dotar os professores de valências técnicas, pedagógicas e artísticas ao nível da organização de espectáculos, transmitir conhecimentos básicos ao nível da produção de espectáculos e elaborar estratégias diversas na resolução de problemas.

É um curso dirigido a professores do ensino básico e secundário que produzam espectáculos a nível escolar ou que pretendam vir a produzir e a educadores de infância.

domingo, 8 de janeiro de 2012

"A paixão segundo Eurico" | Últimas sessões no Teatro Nacional D. Maria II

Num mundo em convulsão, Eurico vive um amor impossível por Hermengarda. Em busca de paz abraça a religião, veste o hábito de monge e refugia-se na poesia. Isolado, assiste inquieto à degradação política da nação. Quando a guerra é declarada resolve pegar em armas. O prazer de desafiar a morte inebria-o. A destruição está por todo o lado. Reina uma nova ordem. O amor seria agora possível não fosse tarde demais.

Península Ibérica. Ano de 749. Os Godos, anteriormente apelidados de “bárbaros”, agora romanizados e politicamente corruptos, detêm o poder. Ao sul da Península assiste-se ao desembarque dos Árabes, à vitória gradual do Corão sobre a Bíblia e ao início do califado do Al-Andaluz.

A partir de Alexandre Herculano, dramaturgia e versão cénica de Ana Vaz, Cristina Carvalhal, Graça P. Corrêa, Inês Rosado, Pedro Filipe Marques e Sara Carinhas.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Los sueños de mi prima Aurelia e outras peças inacabadas de Lorca no Teatro Abadia a partir de 19 de Janeiro


Los sueños de mi prima Aurelia é a peça em que Lorca estava a trabalhar quando, no verão de 1936, foi assassinado. É curioso que nesse momento retornara a sua infância, com esta crónica granadina de fortes ressonâncias autobiográficas, com personagens entre os quais aparece "el niño Federico".

Obra de fantasias compartilhadas, em torno daquela que talvez seja a figura feminina mais esperançada do teatro lorquiano, a prima Aurélia.

A partir de uma oficina de exploração, Miguel Cubero, actor do elenco Abadía, criou um espectáculo que, tomando como eixo a Prima Aurélia e jogando com motivos de outros textos inacabados, evoca os últimos meses da vida do poeta. Uma montagem com música ao vivo, marcado pela fragilidade do inacabado.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

'El darrer triangle' no cartaz de Barcelona

Em 18 de Janeiro estreia na La Seca-Espai Brossa, em Barcelona, o espectáculo 'El darrer triangle', cabaret com textos de Joan Brossa pela companhia Els Pirates Teatre.
'El Darrer Triangle', que estará em cena até 5 de Fevereiro, é um espectáculo que recupera o cabaret literário e visual através duma homenagem à vida e obra de Joan Brossa. Por intermédio de um dos seus personagens, com as funções de um mestre de cerimónias, descobrimos ingredientes como o humor sarcástico e absurdo, a palavra, a imagem, a música e o clown.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Voadora estreia Tokio3

Após vários meses de trabalho, a companhia galega Voadora estreia "TOKIO3" no dia 13 de Janeiro de 2012 nol Salón Teatro de Santiago de Compostela, abrindo o ano do Centro Dramático Galego.

"TOKIO3" é a terceira parte da trilogia 'Lugares comuns' iniciada em 2008 com "Periferia" e continuada em 2010 com "Súper8" que esteve no Porto integrado na programação do FITEI 2011.

Novamente dirigido por Marta Pazos, vencedora do Prémio María Casares para a Melhor Direcção em 2010 por "Súper 8", esta nova criação é interpretada por Hugo Torres, Sergio Zaereta, Borja Fernández, Uxía Vaello, Jose Díaz e pela própria Marta Pazos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Curso de Cultura Teatral O Teatro do Mundo Ocidental em Diálogo com o Tempo

A periodização teatral – suscitada pelo cruzamento entre razões da História, configuração diferenciada dos lugares de cena, princípios estéticos e valores simbólicos em cada momento – permite distinguir conceitos e modalidades do teatro que foi marcando o mundo ocidental.Perceber esses contornos vivenciais e essas modalizações estéticas é uma forma de desenhar diferentes constelações de uma prática que nos devolve não apenas figurações míticas e histórias apaixonantes, mas também a radicação da arte teatral aos espaços do teatro e ao pulsar da vida na variedade dos afetos e das crenças ao longo dos séculos. - Maria Helena Serôdio

Com concepção de Maria Helena Serôdio e dirigido a Público em Geral, Profissionais e Alunos de Artes Cénicas, este Curso de Cultura Teatral inicia-se em Feveriro e prolonga-se até Abril, com sessões aos Sábados. Organização do Teatro Nacional D. Maria II.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Os assassinos na Cornucópia


No Teatro da Cornucópia, de 4 a 15 Janeiro 2012, OS ASSASSINOS, Ocupação de um conto de Ernest Hemingway, de Miguel Castro Caldas.

Espectáculo do grupo Primeiros Sintomas em co-produção com o Teatro Experimental do Porto, uma encenação de Bruno Bravo ainda só apresentada no Porto com a participação de vários jovens actores que integraram já o elenco da Cornucópia.

Dois assassinos entram num bar-restaurante para matarem o Sueco. O Sueco não está. Os assassinos esperam. Entretanto, alguém fala de um conto do Ernest Hemingway em que dois assassinos entram num bar-restaurante para matarem o Sueco

Encenação Bruno Bravo |Cenário Stéphane Alberto | Figurinos Susana Sá | Desenho de Luz André Calado | Interpretação Dinis Gomes, Miguel Loureiro, Paulo Pinto, Ricardo Neves-Neves e Susana Sá | Assistente de Cenografia Alice Alves | Assistente de Produção Laura Tomás | Direcção de Produção Círculo de Cultura Teatral/TEP, Paula Fernandes – Primeiros Sintomas

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Em Fevereiro Su Frida viva la vida volta à cena



Su Frida viva la vida, espectáculo da autoria de Teresa Duggan, da Compañía Duggandanza, volta ao palco a partir de 12 de Fevereiro, no CELCIT Moreno, Argentina.

A obra é uma homenagem a Frida Kahlo, pintora que, com inquietante sensibilidade, usou a sua pintura como ferramenta para suportar a dor e o sofrimento que padeceu durante toda a sua vida devido a graves acidentes.

Em Su Frida viva la vida articulam-se quatro elementos: teatro, dança, música e artes plásticas, provocando sensações e sentimentos que nos transportam ao universo Frida.

Coreografia de Teresa Duggan, com a participação criativa dos intérpretes, música de Eduardo Felenbok , canções tradicionais mexicanas, Pedro Guerra e Lhasa. María Laura García, Daniela Velazquez, Giancarlo Scrocco e Marcela Figini são as intérpretes.